Ao longo do mês de abril, todas as unidades do Colégio Leonardo da Vinci — Alfa, Beta e Gama — estão mobilizadas para a semana de prevenção ao bullying, com uma programação que envolve desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. O calendário marca o Dia Mundial de Combate ao Bullying e ganha força diante da repercussão da série “Adolescência”, da Netflix, que tem provocado discussões sobre repressão emocional, falta de escuta e negligência na mediação dos conflitos juvenis.
Ao longo do mês de abril, estudantes, professores, psicólogos, promotores de justiça e as próprias famílias vão se encontrar para refletir sobre os impactos da violência simbólica e fortalecer a cultura da empatia e da escuta.
A diretora-geral Márcia Andrea Schmidt destaca que o combate ao bullying só é possível quando a escola e as famílias atuam juntas. “As crianças e adolescentes aprendem com exemplo. Por isso, precisamos construir junto com os pais e responsáveis esse olhar para o respeito às diferenças e ao cuidado com o próximo”, afirma.
O posicionamento da diretora reforça o tom da série Adolescência, que mostra que a violência na escola, muitas vezes, nasce da ausência de vínculos e escuta dentro de casa. “A série apresenta dores que já vínhamos tratando dentro da escola. Muitos dos temas ali abordados estão presentes em nossas rodas de conversa, projetos de mediação e vivências semanais”, explicou a diretora.
O que aconteceu nas unidades
Na unidade Beta, os alunos do Ensino Fundamental II atuaram como mediadores junto às turmas menores, conduzindo oficinas diárias com foco em empatia, carinho e escuta. As atividades vão desde origami de coração até leitura compartilhada de livros sobre sentimentos. Tudo isso ao som de All You Need is Love, que foi escolhida como música-tema da semana.
Na unidade Gama, ações como o painel coletivo “Tratado contra o bullying”, a entrega de livretos educativos produzidos pela escola e a instalação da “Caixa dos Medos” garantiram um espaço de fala e acolhimento das emoções. Curtas-metragens como “Manchas do Bullying” e “Flutuar” foram usados para sensibilizar as turmas sobre os impactos emocionais da exclusão. Alunos da escola também trocarão chaveiros que ressaltam a importância da gentileza, inclusão e do combate ao bullying.
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Colégio Leonardo da VinciJá na unidade Alfa, alunos do Ensino Fundamental produziram histórias em quadrinhos com desfechos alternativos para situações de bullying. Houve também rodas de conversa com especialistas como o psiquiatra Bruno Raffa e o promotor Márcio Abreu Ferreira da Cunha, além de dinâmicas como a Feelings Box, que envolve estudantes e famílias em reflexões sobre emoções, respeito e convivência.
Compromisso que vai além de uma semana
Muito antes de o bullying virar série ou lei, ele já era levado a sério dentro do Colégio Leonardo da Vinci. Ao longo dos últimos anos, a escola vem consolidando um trabalho contínuo de combate à violência e promoção da cultura de paz, com ações que envolvem estudantes, famílias, professores e especialistas. Por exemplo, no último ano letivo, a promotora de Justiça da Infância e Juventude, Dra. Caroline Vaz, que participou de uma roda de conversa no formato de podcast com estudantes, discutindo os aspectos legais do bullying e as medidas socioeducativas previstas em lei.
A escola também promoveu outras ações preventivas, como a palestra “As famílias e a prevenção ao bullying”, aberta ao público e transmitida ao vivo pelo YouTube, com a advogada Gabriela Teixeira, autora do livro Cyberbullying e Mídias Sociais. O evento integrou o projeto Escola de Pais, criado para promover o diálogo entre a instituição e os responsáveis.
O Colégio Leonardo da Vinci mantém ainda o programa de formação socioemocional Raízes, do Grupo Raiz Educação, com aulas regulares ao longo do ano, além de materiais educativos, rodas de conversa e encontros com os responsáveis. “Trabalhar o combate ao bullying não é uma ação pontual, é uma postura institucional de nossa escola”, reforça a diretora Márcia Schmidt.